A beleza de ser uma mulher, pelos olhos de uma Drag Queen

If you can’t love yourself how in the hell are you gonna love somebody else. Can I get an Amen up in here?”, costuma dizer Rupaul Charles, em todos os finais de episódio de seu reality show Rupaul’s Drag Race. Sua tradução – “Se você não consegue se amar, de que jeito vai amar outra pessoa? Amém?” – é bem a ideia deste texto: falar de amor a si mesmo.

Desde que comecei a ver RPDR, no Netflix, foi vício total e noites sem dormir. A cada temporada – a sétima está passando agora nos EUA – comecei a entrar cada vez mais nesse mundo de exageros, plumas, paetês e lipsync (dublagem de músicas). Até então, só conhecia as brasileiras Nany People e Silvetty Montilla, mas nada que fosse uma paixão platônica. Depois do seriado, no entanto, Bianca Del Rio, Adore Delano, Latrice Royal, Sharon Needles e muitos outros nomes surgiram no meu vocabulário e, claro, um amor por essas artistas também.

O exagero das maquiagens, dos contornos, dos cílios postiços e de suas perucas são as primeiras coisas que nos saltam aos olhos. Muita atitude, línguas afiadas e muito bate cabelo talvez sejam as segundas impressões. Mas o que realmente me chama atenção é como elas são seguras de si. Não acho que seja só pose e que por dentro estejam ruindo. Para elas chegarem onde chegaram, foi preciso muito amadurecimento que, pra mim, é a certeza de que elas são realmente o que aparentam ser.

E o que nós, mulheres nascidas, temos que aprender com elas? Como diz Mama Ru, a nos amar sempre, sempre sempre. Amém? Não importa a forma do seu corpo, a cor da sua pele, do seu cabelo, a marca da sua roupa ou da sua peruca! Drag Queens sempre valorizam tudo que tem e o que não tem. Se eles não tem seios, elas pintam um. Se não tem cabelo, elas fazem suas perucas de tamanhos e cores diferentes. Se elas não tem curvas (o que muitas mulheres abominam), elas criam com seus enchimentos de espuma. Drag Queens são mestres na maquiagem, sabem desenhar o próprio rosto como ninguém. Tudo isso para se transformar numa ‘persona’ ultra-feminina, que muitas vezes sofre um tanto de preconceito e não está nem ai. Nós, ‘mulheres de verdade’, muitas vezes não gostamos de nada que vemos nos espelho…. Muito o que aprender, não?

Beijos

Ps: Fique com algumas das minhas Drags favoritas para se inspirar a gostar mais de si mesma!