O Casamento e sua prisão

Há pessoas que acreditam que o casamento é uma prisão. Mas nunca me senti tão livre. Posso ser eu mesma, sem restrições. Posso dizer o que penso, o que eu sinto, falar sobre minhas ideias mais malucas, acordar com a cara amassada e saber que você me aceita assim. Ou melhor, que você me ama por tudo isso.

Tem quem diga que é sufocante, mas respiro a plenos pulmões. Sei que sempre haverá alguém para comemorar minhas vitórias e me confortar nos momentos difíceis. É como ar puro e cheiro de chuva; é saber que os desafios que estão por vir serão mais fáceis se você segurar minha mão.

Existe o mito de que tudo muda. Se mudou algo entre nós, acho que pisquei bem na hora. Parece tudo igual, mas talvez seja porque sempre fomos sinceros um com o outro. Já sabíamos com que tipo de monstros estávamos lidando, e nenhuma nova besta foi revelada ao ouvir o sim.

Sobre a individualidade? Aprendemos ainda mais sobre nós mesmos quando há alguém que nos impele a evoluir, questiona nossos medos e não mede esforços para nos ver felizes. Dois seres pensantes, que decidiram seguir o mesmo caminho, mas ainda conseguem ver cores diferentes na estrada.

Dizer boa noite e bom dia. Receber ligações no meio do dia para saber se está tudo bem. Rir da mesma piada meses a fio, e rir de novo anos depois quando a lembrança vem à tona. Saber do que você gosta e não gosta, e ser surpreendida por ver que você me conhece ainda mais do que pensava. Ver nossos objetivos mudando e nós nos moldando. Essa é minha prisão.

Estou presa nesse laço que criei sem perceber, uma corda de cumplicidade e mil promessas de dias felizes pela frente.